Projeto de lei aprovado pela Alesp (Assembleia Legislativa do Estado) em dezembro do ano passado, torna desobrigatório a apresentação de atestados médicos por parte de alunos de academias de ginástica, desde que eles tenham idade entre 15 e 69 anos, respondam a um questionário sobre sua situação de saúde e assinem um termo de responsabilidade sobre eventuais riscos. Para entrar em vigor, a lei, que já divide opiniões, precisa da sanção do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
A mesma lei diz que o atestado médico seguirá sendo obrigatório para as pessoas maiores de 69 anos e, no caso de menores de 15 anos, os pais deverão ser responsáveis pelo preenchimento dos documentos exigidos para a prática das atividades físicas.
Prós e contra
Para a personal trainer Camila Siriani, a questão vai além de transferir a responsabilidade sobre eventuais problemas em relação ao aluno. Ela acredita que a diminuição da burocracia pode ser positiva, já que muitos não têm acesso ao atendimento em saúde de forma rápida e imediata e desistem.
No entanto, ela defende que os profissionais continuem pedindo – mesmo que após o início do treinamento – não somente avaliações rápidas e atestados que qualquer médico pode realizar, mas uma bateria de exames mais completa, que realmente possa mostrar de forma clara e real qual é o estado de saúde daquela pessoa e que tipo de atividade ela está apta a praticar.
“Talvez seja legal para a gente não perder o aluno, não afastá-lo. Isso para iniciar ele dentro de um treinamento e, dentro de um mês, ele marca uma consulta. Então, por mais que não tenha o atestado hoje, em algum momento ela terá. O personal tem que estar apto a avaliar as condições do aluno, mesmo não tendo um atestado em mãos, o profissional tem que avaliá-lo, para saber quais são as condições dele, o histórico desse aluno, histórico de patologias na família. Mesmo que venha a não ser obrigatório, o ideal é que ele passe por uma consulta, mas não simplesmente com um clínico geral e nem adianta apenas fazer um eletro. Eu recomendo um teste ergométrico, em movimento, correndo, que é o que mais vai chegar próximo daquilo que tem dentro da academia. Não é obrigatório, mas é o mais seguro”, explicou.
Fonte: O Liberal